sexta-feira, 25 de março de 2016

► #oamorcomeça: Sol, amor & verão - cap. 3

Capítulo 03

Depois de alguns minutos de desespero, um certo escândalo, mais desespero e alguns risos disfarçados dos colegas, finalmente Guilherme conseguiu se acalmar. Ele implorava por um espelho, mas não havia nenhum por perto. Até que Marina se lembrou de ter um pente com espelho na bolsa. Foram com Guilherme para baixo da sombra da árvore, que já estava ficando escassa.

- Quanto tempo eu fiquei debaixo do sol? – Pergunta Guilherme voltando a se desesperar com o que via no espelho: Seu rosto vermelho e um pouco marcado pelos óculos de sol.

- Calma, calma, não é pra tanto! – Dani tentando-o acalmar.

– Umas duas horas. Disse Igor olhando para o relógio, tentando disfarçar o riso.

– Quê? Porque vocês não me avisaram? Agora o meu rosto...

Visivelmente desesperado, Guilherme se controla pra não chorar, mas no fim, acaba chorando. Marina olha para Igor com cara de desaprovação, e ele fica um pouco sem graça, mas dá de ombros.

– Calma, calma. Você não ficou nem 10 minutos ali. Calma, respira. Vem comigo, eu tenho um creme pra passar, se você quiser.

Se acalmando um pouco, Guilherme aceita e Marina ajuda-o a se levantar, acompanhando-o em direção ao salão onde estavam suas coisas. Igor e Dani permanecem ali, sentados observando-os subir.

- Tanto escândalo por uma bobeirinha de nada. Exagero? Nem um pouco. Igor diz, se acomodando sobre a toalha onde havia se sentado Marina.

– Pois é. Dani dando de ombros enquanto desce os óculos escuros dos cabelos.

- Agora me diz. Pra que tanta vaidade?

- Eu acho que isso não é apenas vaidade não.

- Porque você diz isso?

- Eu acho que tem alguma coisa mais aí.

- Pra mim é frescurite.

- Ele faz de propósito pra ficar mais perto da Marina.

– Mas que jeito estranho de se aproximar dela...

- Pois é. Cada um joga com as armas que sabe usar. Mas que é estranho, é.

Igor percebe a jarra de suco, que já está quente, mas ainda assim se serve.

- Você veio com um par de cada chinelo?

- Pois é, acabei dormindo demais e perdi o horário. Não percebi quando calcei os chinelos. Mas isso é moda, mal terminei o colegial e já estou lançando tendência!

- Típico de você!

Os dois começam a rir e se sentam à beira da piscina, curtindo o pouco de sombra que ainda restava.

Enquanto a hora do almoço não chegava e o tédio começava, Dante resolveu se levantar e dar uma volta entre as árvores da chácara. Próximo aos banheiros haviam uns banquinhos que davam vista à um belo jardim florido, cultivado pelos avós de Guilherme. Perdido em seus pensamentos, ele observava formigas carregando pedaços de folhas à um formigueiro logo a frente. Ele ficou tão concentrado que não percebeu Carolina passando e logo ao sair do banheiro se aproximar dele e sentar ao seu lado.

- Eaí Dante?

Dante se assusta encolhendo os ombros próximo à cabeça, e tentando fingir que não se assustou.

- Oi Carol!

– Não quis ficar com a gente, não?

Dante dá de ombros e sorri de leve.

- Fugiu por que, hein?

– Nada não...

– Hum... Tá muito quente hoje, né?

– É... – diz Dante mais uma vez dando de ombros.

– Mas então, o que você veio fazer aqui sozinho?

– Quis tomar um pouco de ar e pensar um pouco.

Hum... Até já sei em quem você deve estar pensando. É na Marina, não é?

Ao ouvir o nome de Marina, Dante não consegue disfarçar o nervoso que sente. Ele sente o coração acelerar, as bochechas avermelharem e a testa suar um pouco mais. Tentando controlar a respiração, abre um sorriso sem graça.

– Não, não é nada disso. Não estou pensando em ninguém.

— De que adianta a boca falar que não e seus olhos dizerem que sim? Os olhos são o espelho da alma, mostram o que está por dentro.

Dante nada diz, mas ainda continua a tentar controlar a respiração e enxuga com o braço o suor da testa. Depois de perceber que não adianta disfarçar – afinal, ele nunca foi bom nisso; e cá entre nós, isso só falta estar tatuado de verdade na testa de Dante -, ele então vira o rosto para Carol e sente que não precisa dizer nada. Logo ele fixa o olhar nos olhos dela.

- Não precisa dizer nada. Já entendi. Mas porque esse olhar tão triste? Dante não responde. Por quê?

— É que eu... Eu não sou como... como ela gosta...

– Você é como é. Você é único. Se fôssemos todos iguais, “perfeitos”, qual seria a graça?

– Mas ela não gosta de gente como eu... Como eu vou... - Dante sente vergonha em dizer.

– Conquistá-la? Isso, meu amigo... - Carolina se levanta, arruma as suas roupas e o boné - Você vai ter que descobrir. Carolina começa a caminhar em direção ao salão e após um tempo, Dante a grita:

– Carolina!

– Sim.

– Obrigado pela conversa. Eu nunca pensei que você...

–Nunca pensou que eu fosse... sentimental, sensível ou algo do tipo? Pois é, por isso nunca devemos julgar um livro pela capa. Apesar de estranha, nele pode haver muitas coisas boas.

Dante sorri de leve. E começa a pensar, novamente observando o jardim:

- “Como eu vou conquistar essa garota?”


Quer conhecer os personagens dessa história e muito mais?

Perdeu os capítulos anteriores?

Não perca o próximo capítulo, na próxima sexta-feira!
Até lá! 

William Brandão

Nenhum comentário:

Postar um comentário