sexta-feira, 18 de março de 2016

► #oamorcomeça: Sol, amor & verão - cap. 2

Capítulo 02 

No dia seguinte, logo pela manhã, os amigos se encontram em frente ao colégio. O pai de Igor os levou até o lugar combinado. Tá certo que não era a grande chácara que eles imaginavam, mas “era o que tinha pra hoje”. Ali havia um pequeno salão onde funcionava uma espécie de lanchonete que servia alguns visitantes durante os finais de semana em períodos de alta temporada. Logo na entrada havia uma casa, onde moravam os avós de Guilherme e ao fundo, havia uma piscina média e à direita um campo de grama. O espaço era rodeado por árvores altas e de sombra, que davam pra armar redes.

Logo que chegaram, cada um dos garotos começou a preparar e a organizar suas coisas. Já que não havia ninguém na lanchonete, decidiram montar as barracas ali mesmo. Caso chovesse ou ventasse muito, estariam protegidos. Depois de tudo arrumado, as meninas foram se trocar, Igor e Guilherme foram dar uma volta e Dante se sentou debaixo de uma árvore que fazia uma enorme sombra.

Ele sabia que era um dia pra se divertir, interagir com o pessoal, mas por via das dúvidas levou alguns livros, caso se sentisse só, mesmo no meio da galera. A piscina tinha uma cara muito boa e refrescante. Mas como ele era claro demais, iria ficar vermelho rapidinho . Da última vez não foi nada agradável, mal conseguiu dormir durante uma semana - e não queria passar por aquilo novamente. Então, sombra e um bom livro eram o suficiente pra ele naquele momento.

Enquanto trocava de capítulo, Dante observou as meninas descendo em direção à piscina. Estavam lindas. Marina principalmente. Apesar do calor, nenhuma delas colocou biquíni. Preferiram vestir roupas leves. Marina estava com uma blusinha e shots rosa que faziam quase um degradê com o seu calçado e com a tolha que carregava. Dani vestia uma blusinha laranja e shorts azul e levava uma garrafa grande de suco. Já Carol vestia calção de futebol largo e uma camiseta azul, e claro, seu inseparável boné. O que fazia muito sentido usar naquele dia quente, com sol à pino, já quase às 11h da manhã.

Ao se aproximar de Dante, Marina deu um sorrisinho e ele ficou todo sem graça, sem conseguir disfarçar que estava olhando pra ela. Tentou fingir que estava concentrado em alguma coisa na página em que estava lendo, mas logo percebeu que de alguma forma o livro estava virado ao contrário. Aí sim, ele ficou ainda mais sem graça e se sentindo como um idiota.

Foi então que Carolina acenou pra ele, e mexeu com a cabeça em sinal de reprovação:

-Mas você não se cansa menino? Só por hoje deixe esses livros de lado!

- É, vem sentar com a gente! – Disse Dani.

Ele esperou que Marina dissesse algo, mas não o disse, ela apenas sorriu.

- Depois eu vou! Estou chegando numa parte muito interessante do livro. – Disse ele, envergonhado.

Tudo bem! – Finalizou Carolina antes de darem os próximos passos em direção à piscina.

Dante então ficou se questionando se tinha sido uma boa ideia ter ficado ali ou tê-las acompanhado. Ainda mais depois que as ouviu rindo ao chegarem à beira da piscina.

- Com certeza estão rindo de mim. – Pensou ele.


Já à beira da piscina, as meninas começaram a rir ao perceberem que Dani estava calçando um chinelo de cada cor. Depois disso, encontraram um cantinho da piscina com um pouco de sombra e estenderam as tolhas sob a grama. Do outro lado, Igor e Guilherme estavam deitados em cadeiras de praia e tomando sol há alguns minutos e não demorou muito para que Guilherme pagasse no sono. Dani, Marina e Carol já sentadas sob suas respectivas toalhas, começaram a tomar suco de uva enquanto conversavam. Já Dante não conseguia tirar os olhos de Marina. Em algumas vezes, ela retribui o seu olhar e ele se derretia todo, enquanto tentava se esconder atrás dos livros.

- Meninas! Estou morta de cansaço e de sono - diz Dani, que sempre foi a mais preguiçosa e dorminhoca da turma.

- É melhor você se acostumar, meu bem. Porque na segunda-feira começa tudo de novo. Acordar cedo, tomar banho e correr pra chegar à tempo na primeira aula – responde Carol.

- Mas eu acho que agora nesses dias vamos poder descansar bastante. Apesar de ser só um final de semana. Na verdade nem todo um final de semana, masss... É uma pena que nem todos puderam vir. Ia ser muito legal. – Marina diz um pouco triste.

- Fica assim não amiga. Eles que perdem. E cá entre nós, tá melhor só a gente aqui mesmo. Não iria suportar o trio das populares dando seus chiliques e contando sobre as suas viagens e estadias em hotéis caros de Santa Catarina.

- Nem me fala viu. Eu tenho uma raiva de pessoas assim. Que querem se aparecer pelo dinheiro e as coisas que tem – Carolina já começa a ficar nervosa, suspira, mas logo se acalma.

– Mas o pior mesmo, são aqueles que não tem nada e se acham a última bolacha do pacote.

- Com certeza – concorda Dani.

- De uma coisa eu sei, em meio de tanta superficialidade, amo muito o carinho que recebo de vocês, pois sei que é sincero – Marina olha para o lado onde estão Guilherme e Igor e depois para Dante. Bom, pelo menos entre as meninas.

– O que você quis dizer com isso? – Carolina não entende e Dani muito menos.

Percebendo que não entenderam seu desabafo, Marina deixa pra lá e pede para que Dani a sirva mais suco. Após alguns momentos de silêncio, e cada uma das meninas deitadas sobre suas toalhas, Marina se senta novamente e interrompe o silêncio entre elas.

- Sabe meninas, estive pensando agora, e logo vamos terminar o colegial, e não seremos mais adolescentes. Vamos crescer, ser adultas e ir por caminhos diferentes. E pode ser que algum dia percamos o contato e não sabemos se vamos nos ver novamente algum dia.

- Nossa, mas que deprê. Por que você foi me lembrar disso? – diz Carol coçando os olhos pela claridade.

- É verdade! E se nos vermos, não vai ser a mesma coisa... – Dani começa a ficar triste com a situação.

- Até porque cada uma vai pra um lado. Eu vou fazer Educação física, a Dani moda e a Mari quer ser jornalista. E ainda por cima em faculdades diferentes – conclui Carolina.

Do outro lado, ao sentir o sol muito quente, Igor se levanta e vai até as meninas e percebe suas caras de desânimo. As meninas contam sobre a conversa que acabaram de ter e Igor diz para que eles se reúnam e façam um fogueira e coloquem uma música para dançar, ou algo do tipo antes de irem dormir. As meninas acreditam que não seja uma boa ideia, por os avós de Guilherme morarem ali. Igor diz que eles não se importam, desde que o barulho vá até determinada hora. As meninas se empolgam e ao olhar para debaixo da árvore onde Dante estava, Marina percebe que ele havia sumido de lá. Antes de dizer algo, é interrompida por Carolina.

– E o que aconteceu com o Guilherme pra até agora não ter vindo aqui?

– Eu acho que ele dormiu – responde Igor desinteressado.

– Será que a gente deve avisar ele? – Dani sarcástica.

– Deixa ele se torrar um pouquinho. Igor responde. Ele disse que vai fazer - fazendo um gesto engraçado e uma entonação de voz divertida - uma limpeza de pele quando voltar pra cidade.

Todos riem, menos Carolina que se sente um pouco irritada com a brincadeira e resolve ir até o banheiro.

– Acho melhor acordarem ele. Ele vai ficar insuportável se sair uma manchinha sequer em seu belo rosto. Eu vou no banheiro, depois a gente se vê.

- É gente, acho que a Carol tem razão. Concorda Marina, que em seguida começa a gritar:

- Guilherme! Guilherme!

Ao perceber que ele não responde, os três se levantam e vão até onde Guilherme está deitado. Ao tocar no braço de dele, Marina o percebe muito quente. Então após algumas chacoalhadas, ela resolve gritar novamente:

- Guilherme! Guilherme!

Ele acorda assustado e ao perceber que todos estão olhando pra ele preocupados, ele se desespera.

– Que que foi? Meu Deus... Sol...

Ele começa a tocar seu rosto e o percebe muito quente.

- Meu rosto... Ah meu rosto!

Quer conhecer os personagens dessa história e muito mais?

Perdeu o capítulo anterior?

Não perca o próximo capítulo, na próxima sexta-feira!
Até lá! 

William Brandão

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